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OS LIVROS

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História em Pedacinhos.
As casas da minha infância e os tempos de chá sem açúcar.
Olha ali! É aquele! O da camisa amarela!
Sei que olhei, acenei… e fechei dentro de mim uma amálgama de sentimentos e emoções inexplicáveis. Nesse momento, descobri que o meu pai era, afinal, um estranho, um estranho de camisa amarela, um rosto igual a outros tantos… não se deu o milagre.

…a minha mãe  deixou-se cair ao chão, quase à beira do precipício, tomou a minha irmã pequena ao colo e começou a dar-lhe de mamar, em silêncio, eu e os meus irmãos sentámo-nos junto dela… e ficámos ali, a contemplar como a casa de banho, a cozinha, um dos quartos e o frigorífico deslizavam pela encosta, ao princípio lentamente, depois cada vez mais rápidos até chegar ao fundo, perto do lindo vale que, agora, já não tinha nenhuma graça…
 
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A Filha da Mãe-Os pedacinhos que faltavam
“Estavam domesticadas, amarguravam-se, e essa amargura traduzia-se num combate feroz contra tudo o que era diferente, eram as piores inimigas de si próprias e daquelas que ousassem sair do redil. A emancipação que as mulheres procuravam afigurava-se-lhes como algo demoníaco que não podiam aceitar, pois punha em causa toda a sua vida. Foi um tempo em que a aldeia se dividiu e onde cresceu a maledicência e o julgamento, e só serenou quando essa luta era contra as suas próprias filhas”.
“Era só um amigo e aquele beijo foi uma coisa tonta e sensaborona. Depois dessa proeza ele perguntou: “gostaste?” Eu respondi que tinha sido como nos filmes. E era verdade: não senti nada. Supõe-se que devia ter sentido uma grande emoção, tremores, pernas bambas, ter visto estrelas e passarinhos a pipilar…, mas não, deixou-me apenas com um sentimento de pecado e sabor a decepção. .."
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